A produção de castanha de caju em Moçambique deu um salto gigantesco no ano passado, de acordo com o balanço da campanha 2021-2022, apresentado na passada terça-feira ao Conselho de Ministro pelo Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural, através do Instituto de Amêndoas de Moçambique.
O subsector do caju cresceu em 14% em comparação com o ano anterior e as famílias produtoras tiveram um encaixe global de arrecadação de 89 milhões de USD. No geral, a contribuição do subsector de Amêndoas no PIB da Agricultura situa-se em cerca de 23%
O balanço da campanha finda aponta também como marcos o início da fase piloto da emissão de processos através da plataforma Janela Única Electrónica; a implementação do Diploma Ministerial nr. 36/2021 de 28 de Maio, no qual evoca-se a obrigatoriedade de pagamento de taxas ao Instituto de Amêndoas de Moçambique, IP, no acto de registo do actor; o ensaio de avaliação de 847 progênies e 200 parentais de cajueiro, totalizando 1047 plantas para o desenvolvimento de novas variedades com alto potencial produtivo; e inicio da revisão da Lei de Caju (Lei nr 13/99 de 1 de Novembro).
Por outro lado, foram plantadas cerca de 3.8 milhões de mudas, cuja produção iniciará em 2024, contribuindo com cerca de 1,5 Kg/cajueiro, atingindo no 7˚ano entre 10 a 12 Kg/cajueiro. E no âmbito da expansão, foram feitos novos plantios nas zonas semi-áridas das Províncias de Manica.
A cadeia de valor das amêndoas em Moçambique envolve 1.4 milhões de famílias moçambicanas, 47 empresas e emprega 14 960 trabalhadores. O volume de negócios atual é de cerca de USD 220 milhões/ano, prevendo-se que atinja cerca de USD 500 milhões/ano até 2030.
Um dado relevante, de acordo com o balanço, aponta para maiores benefícios dos produtores familiares. Com efeito, os preços médios ao produtor passaram de 19,00 MT/kg para 39,00 MT/kg, na campanha anterior, a qual comercializou 146 690 toneladas, com as exportações a renderem 111,6 Milhões de USD, mesmo apesar do agravamento dos custos de transporte marítimo em cerca de 82% e escassez de navios e contentores nos recintos portuários influenciado pela Pandemia da Covid-19. Existem no país, atualmente, 10 fábricas de processamento de castanha de caju.
A produção global da castanha de caju no ano 2021 foi de cerca de 3 900 000 toneladas, onde a Costa do Marfim manteve-se o líder da produção com 970 000 de toneladas.
A nível internacional perspectiva-se que para o presente ano, a casta de caju poderá gerar receitas na ordem de USD 5 bilhões de dólares e um crescimento de 11% na produção global da castanha de cajú (4.500 000t).
O Instituto de Amêndoas de Moçambique (IAM,IP) tem como missão a promoção do ambiente de desenvolvimento da cadeia de valor de amêndoas no País, com particular enfoque para as culturas de caju e macadâmia, privilegiando a integração dos produtores familiares.